Por que a sua empresa deve implantar o Behavior Based Safety ou a Segurança Comportamental?

Segurança baseada no comportamento - homem colocando capacete de segurança em mulher

As abordagens tradicionais não podem alcançar a melhoria contínua do desempenho

A mais significativa exposição para acidentes ocorre durante o desempenho de comportamentos de risco específicos. As abordagens tradicionais perdem esta janela crítica da oportunidade de melhoria, permanecendo nas taxas de acidentes ou confiando em esforços de aumento da conscientização / motivação. As empresas precisam da segurança comportamental porque ela fornece aos gestores indicadores chaves para a segurança. Mas cuidado! Nem tudo no mercado é Behavior Based Safety ou Segurança Comportamental.

Descrevo a seguir, para ilustrar o comentário acima, um caso em que participei: “Em Julho de 2006, um jovem trabalhador, no setor de Acabamento, de uma siderúrgica com 3500 funcionários diretos, estava para empurrar uma caçamba cheia de aparas metálicas do processo, resultante de seu trabalho e de seus colegas. A cidade é próxima da fronteira do Estado de São Paulo com o do Rio de Janeiro. Ele estava na empresa há 2,5 meses, ainda em período ode experiência. Sendo que recebeu integração, EPI´s, treinamentos de segurança diversos para a função de auxiliar de produção.

A caçamba que ele ia empurrar tinha um espaço frontal de 1,5 metros e 4 rodas para facilitar a sua mobilidade. A caçamba estava cheia de aparas metálicas, com várias partes saindo de dentro e se projetando para todos os lados.

Era um dia muito quente e seco, apesar de ser inverno. As instalações antigas da siderúrgica somente pioravam a sensação de calor. Ele decidiu retirar as luvas de raspa para empurrar a caçamba, de forma a melhorar o seu conforto térmico.

Ele se inclinou para empurrar a caçamba, que estava com a roda travada, devido à irregularidade do solo, ele realizou um pouco mais de força. A sua mão úmida de suor escorregou, atingiu uma ponta de apara e se cortou. O corte foi extenso e sujou o local com sangue. O serviço de emergência interno foi chamado e conduziram o jovem ao hospital para ser tratado.

Segurança baseada no comportamento - homem colocando capacete de segurança em mulher

O Diretor, em reunião com os seus gerentes, externou a sua frustração. Desde o ano 2000, estava investindo o equivalente a U$ 1.000.000 por ano em melhorias nas condições de segurança, já que as instalações estavam defasadas tecnologicamente. Este investimento funcionou bem durante 3 anos, pois a curva dos acidentes demonstrava a redução. Mas já faziam 2 anos que se alcançara o platô, com 2 milhões de dólares investidos, houve muito treinamento e ações para a gestão de segurança e o resultado era no mínimo, insatisfatório. Os funcionários ainda se machucavam”.

Então, o que causou este acidente? A resposta vai depender do seu ponto de vista. 1) O funcionário não usou a luva de segurança que havia recebido. 2) Falha na supervisão. 3) Falha nos treinamentos. 4) Falha em seguir os procedimentos. 5) O tempo quente e a fadiga influenciaram o julgamento do funcionário.

Neste exemplo, que utilizo em meus workshops pelo Brasil levo a todos a uma reflexão importante – o funcionário recém admitido, ainda em período de experiência, deseja ser aprovado e passar a pertencer aos quadros de uma empresa grande e importante em sua cidade, além de usufruir melhores benefícios sociais.

Complemento estes dados com algumas perguntas. 1) Porque o funcionário achou aceitável trabalhar sem usar as luvas de segurança? Ele foi treinado, recebeu os EPI´s e sabia que ainda teria a sua efetivação analisada. 2) Como a maior parte do aprendizado humano é pela imitação, quem ele imitou ao retirar as luvas, num dia quente? – aos colegas da área de trabalho? 3) Para achar aceitável, por quanto tempo ele viu os colegas trabalhando sem luvas, nestes 2,5 meses? 4) Quantas vezes nestes 2,5 meses, o supervisor não “viu” ou “percebeu” os funcionários trabalhando sem luvas de segurança, perdendo a chance de atuar educativamente e realizando o seu trabalho de forma mais efetiva? 5) Com todo o investimento feito em condições e sistemas de gestão, por que a supervisão e os funcionários ainda não conseguiram resolver aspectos básicos de um cultura de segurança – o uso habitual dos EPI´s.

O fato é que este acidente teria sido evitado se o funcionário estivesse usando as luvas de segurança ao empurrar a caçamba. Em outras palavras, se o auxiliar de produção tivesse trabalhado de forma segura, ele não teria se cortado. Alinhado às modernas teorias e modelos causais de acidentes, uma grande quantidade de fatores se alinharam para que este acidente ocorresse, gerando 1) o ferimento grave e desnecessário, num jovem honesto e trabalhador. 2) a perda de produtividade de sua área. 3) Significativa perda na moral da equipe em que ele trabalhava, pois este acidente poderia ter sido evitado.

 

O que poderia ter influenciado este jovem a trabalhar de forma segura, usando as luvas de segurança?

Simples! Seus colegas de trabalho poderiam ter intervido e orientando-o a recolocar as luvas de segurança. Assim como o supervisor, realizando uma liderança efetiva em segurança poderia ter desenvolvido um comportamento seguro em toda a operação. Muitos de nós informalmente fazemos isso na convivência familiar, com os amigos e colegas para mantê-los seguros. No trabalho, quando este processo está formalizado e sistematicamente aplicado, ele é chamado de Behavior Based Safety (BBS – Segurança Baseada em Comportamento) ou Segurança Comportamental.

 

Escrito por:

Carlos Massera é um consultor de gestão e comportamento, palestrante em Segurança e Liderança. Autor de “7 Fatores para o Sucesso de Seu Programa Comportamental, ” O que é a Segurança Comportamental”, “Como a Liderança Garante a Melhoria para a Segurança”  e o seu livro mais novo a ser lançado na Amazon “Aumentando a Percepção dos Riscos”.  Ele é um especialista em como alcançar as pessoas – como falar com elas para ouvirem e entenderem.  Clique aqui para obter mais informações e para conversar sobre as  suas necessidades com o Carlos Massera.

 

Eu Estou Promovendo a Cultura de Segurança ou Compliance?

olha de lider - executivo com seu EPI parado observando

O que você fez recentemente para promover a cultura de segurança?

Pense bem sobre essa pergunta antes de responder. Será que você já tomou medidas para reforçar uma política de segurança que tem sido negligenciada? Será que você já realizou algumas observações de segurança e depois trabalhou para melhorar o próprio processo de observação? Será que você já engajou os seus trabalhadores em algum treinamento sobre as práticas seguras de trabalho, políticas e procedimentos?

Se você já fez algo semelhante às perguntas que acabei de fazer, então deixe-me sugerir que você pode estar fazendo um grande trabalho na promoção do compliance (aderência a regras), mas pode não estar promovendo a cultura de segurança. Isso não quer dizer o compliance em segurança se oponha à cultura de segurança. Na verdade, a cultura de segurança pressupõe que o cumprimento das normas de segurança já está firmemente instalado.

Uma forma de comunicar aos líderes de equipe e aos funcionários operacionais a relação entre a conformidade e a cultura é através da criação de uma analogia em torno de um objetivo comum de segurança que é abraçado por quase todas as organizações industriais que existe hoje. Ou seja, nosso objetivo é enviar todos para casa, todos os dias, seguros.

Nós ainda vamos produzir um vídeo sobre como amarrar a segurança como um valor fundamental a outros valores fundamentais que a sua empresa já possui. Antecipo que isso é feito facilmente, uma vez que reconhecemos o núcleo comum de valor entre as pessoas. Os trabalhadores, de todos os níveis organizacionais, tendem a adotar como valor as suas famílias, seus cônjuges, seus filhos, seus netos, seus amigos; numa palavra, as suas relações com as pessoas que amam, que os amam e que dependem deles para tomar as decisões certas todos os dias.

 

Vamos colocar isso em uma imagem. Imagine um caminho a pé que leva para casa. Seu objetivo diário é fazê-lo após um dia de trabalho, de forma a voltar para o mundo real das relações que você mais valoriza. Mas e se ao longo do caminho você encontrar um obstáculo que o impede de chegar lá com segurança? Vamos dizer que a estrada é inundada, e o caminho fica intransponível. Quais são as formas possíveis com que você poderia superar esse obstáculo para continuar para o destino?

Você poderia ter uma vara longa e saltar para o outro lado. O problema com isto é, você não sabe ao certo o quão profunda que a água está. E você não saberia até que você tenha o compromisso de realizar esta ação. Obviamente esta não e’ a melhor solução.

Ou você pode nadar até o outro lado, ou talvez usar um barco para ir ao outro lado, então salta na margem e continuar o caminho para casa. O problema aqui é todas estas ações são arriscadas. As margens estão com detritos e lama, você pode tropeçar ou se machucar enquanto nada, isso sem mencionar que a água parece bem difícil para nadar ou mesmo para controlar pequenos barcos.

olha de lider - executivo com seu EPI parado observando

Uma outra opção é colocar uma prancha em toda a extensão, unindo as duas margens, que lhe permite atravessar. O problema é que é arriscado andar sobre uma prancha. Você poderia facilmente escorregar e cair.

Então, vamos adicionar mais algumas tábuas. Este é um cenário mais seguro, e que pode ser capaz de atravessar este caminho; mas ainda há um problema com ele. Se as pranchas estão molhadas, ou uma forte rajada de vento deslocar as tábuas, você ainda pode escorregar ou perder o equilíbrio e cair.

Então, vamos adicionar algumas grades de proteção laterais e um corrimão. Será que isto vai funcionar? Sim, a infraestrutura está agora no lugar para que você possa atravessar com segurança e continuar o seu caminho em direção à sua casa.

Pense nesta ponte como o nosso cumprimento a um regulamento de segurança. O regulamento é colocado no lugar (muito parecido com a ponte) para criar uma condição de trabalho seguro, de modo que, em condições normais, se você cumprir o regulamento, pode ser razoável certeza de que não vai se machucar; e você pode continuar ao longo do caminho de casa para voltar para aqueles que você ama.

As normas se forem seguidas protegem você contra as novas condições. Mas há uma coisa que ele não pode proteger você. Ela não pode proteger você de você mesmo. Ela não pode proteger você de seus comportamentos. Ela não pode proteger você das decisões que você toma. A ponte (ou qualquer outro norma que se deseja ter o  compliance) pode mantê-lo seguro, se você caminhar através dela. Mas não pode impedi-lo de pular sobre o rio e tentar atravessar de forma insegura. Assim, enquanto as normas ou requisitos são absolutamente essenciais para a criação de condições de segurança, eles são totalmente impotentes para impedir um trabalhador de se envolver em comportamentos de risco e de tomar decisões insensatas.

Ali, em poucas palavras, verificamos a relação entre o cumprimento de regras / compliance e cultura. E é por isso que o compliance nunca é suficiente. Compliance é a base, mas o nosso objetivo deve ser sempre de ir além do compliance em segurança, deve abranger a nossa maneira de pensar sobre a segurança, em nosso modo de conduzir a segurança e na nossa maneira de comunicar a segurança em nosso esforço para criar um verdadeira cultura de segurança baseada em valores.

Lembre-se que compliance = aderência as regras.

Isso é tudo para no momento. Até a próxima vez.

 

Quais São os Benefícios da Segurança Comportamental?

Behavior Based Safety - líder e seus colaboradores em roda com as mãos ao centro simbolizando trabalho em equipe

Os benefícios de uma pessoa orientando a outra, auxiliando-a a acertar mais, tornando o seu trabalho mais seguro e de maior qualidade são óbvios.

Agora imagine o quando o desempenho de segurança e do negócio podem ser melhorados se esta iniciativa é realizada em larga escala, abrangendo todas as áreas e turnos. Implantar uma cultura de feedback (conversa) faz a diferença para os resultados e para o clima organizacional. A evidência existente em inúmeros cases e pesquisas científicas mostram-nos que isto é possível.

O BBS – Behavior Based Safety ou Segurança Comportamental é um processo que oferece às organizações a oportunidade de aumentar o nível de excelência em segurança pela promoção de uma resposta rápida aos indicadores pró-ativos, construindo o senso de propriedade, a confiança, unidade nos times e fornecendo oportunidades de empowerment relacionadas à segurança do funcionário. Igualmente importante para a cultura organizacional, o BBS fornece, à gestão da linha ou da operação, a oportunidade de provar e demonstrar os seus valores no local onde a verdade ocorre – a operação.

Behavior Based Safety - líder e seus colaboradores em roda com as mãos ao centro simbolizando trabalho em equipe

O BBS pode impactar diretamente no número de acidentes ou coeficiente de frequência. A literatura internacional de segurança demonstra que isso ocorre com consistência.Deve ser observado que, as múltiplas facetas de uma organização podem influenciar as variações no número de acidentes. Quando um controle estatístico de processo é aplicado, a organização percebe que flutuações específicas podem ocorrer, entretanto, o processo permanece “no controle”. O BBS é “a chave principal” para a segurança. Não é uma solução mágica ou fácil para todos os problemas. É um importante processo que aborda o elemento humano de forma lógica, científica, estruturada com indicadores pró-ativos e preditivos.

Resumindo, as principais vantagens que a empresa obtém são:

1. Os funcionários passam a acertar mais.

2. Reduzir o número de acidentes.

3. Maior envolvimento / participação nas atividades de segurança pela força de trabalho e pelos gestores.

4. Estabelecer um processo formal de observação envolvendo todos os funcionários que fornecerá dados para a solução de
problemas, reconhecimento e melhoria contínua.

5. Um ambiente de trabalho positivo que gere orgulho sobre os processos de segurança e conquistas.

6. Engajamento da liderança no processo através de atividades específicas.

7. Redução da complacência.

8. O funcionário passa a se sentir dono da sua segurança e da segurança dos colegas.

9. Fortalecimento da cultura de segurança.

 

Escrito por:

Carlos Massera é um consultor de gestão e comportamento, palestrante em Segurança e Liderança. Autor de “7 Fatores para o Sucesso de Seu Programa Comportamental, ” O que é a Segurança Comportamental”, “Como a Liderança Garante a Melhoria para a Segurança”  e o seu livro mais novo a ser lançado na Amazon “Aumentando a Percepção dos Riscos”.  Ele é um especialista em como alcançar as pessoas – como falar com elas para ouvirem e entenderem. Clique aqui para obter mais informações e para conversar sobre as  suas necessidades com o Carlos Massera.

 

Por que a Cultura de Segurança em uma Empresa Depende Tanto do Comportamento e Ações da Liderança?

Líder exemplo - Grupo de trabalhadores aplaudindo seu líder

O comportamento seguro do funcionário diante de uma situação de risco é o ponto máximo da prevenção de acidentes. Podemos dizer que é maior ainda do que a implementação de melhorias físicas em máquinas e equipamentos. Isto porque o funcionário, em plena consciência dos riscos e das formas de prevenção, não vai se expor a uma situação de risco ao realizar uma atividade no trabalho.

Entretanto, é de consenso geral tanto na literatura empresarial quanto na prática das organizações, que a atitude e o exemplo da liderança são os fatores diferenciais que movem a cultura de segurança da empresa para uma situação de total conformidade com as normas e com o conceito do comportamento seguro.

A liderança de uma empresa é quem define os rumos e ações a serem executadas. A forma como essas ações são tomadas, em função dos valores e princípios definidos, vai moldando a cultura da organização.

Seja com foco no respeito aos demais funcionários ou fixada em preconceitos, priorizando o aspecto financeiro ou valorizando a segurança, a cultura da empresa é um reflexo da liderança. Se os líderes são exemplos de desrespeito às regras de segurança, esse será o parâmetro que os demais funcionários terão.

Para influenciar os operadores visando um comportamento seguro é necessário um esforço constante, repetitivo e insistente, além de bons exemplos. Para levar a liderança para esse mesmo caminho, o esforço é o mesmo. Claro que as ações são diferentes para os diferentes níveis da organização, mas também devem ser constantes e contar, principalmente, com o apoio da alta direção.

Verifica-se então que O COMO se faz a gestão é definido pelos líderes. Portanto, as pessoas valorizam e se espelham naquilo que entendem como parte da expectativa dos líderes. Isso nos faz pensar que É IMPORTANTE ter líderes realmente alinhados com os valores da empresa e que estes líderes possam ser preparados para tomar as decisões e atuarem com o foco em segurança.

Líder exemplo - Grupo de trabalhadores aplaudindo seu líder

Nos dias de hoje, atuar com segurança é uma competência (habilidade) vital para que todo líder se desenvolva, de forma a contribuir efetivamente com o seu negócio. E, quando verificamos desalinhamentos neste aspecto, a ação deve ser rápida. Isto é uma função e uma responsabilidade do principal gestor da empresa.

O fato da segurança estar caminhando para se tornar um valor intrínseco para o negócio evidencia a evolução da cultura, que é um produto do esforço dos líderes formais e informais.

Este cenário varia de empresa para empresa. Verificamos que alguns fatores têm afetado esta evolução, por exemplo: o turnover de líderes e funcionários operacionais, a demanda por ações de curto prazo (reação rápida ao mercado), uma disciplina operacional ainda a ser melhorada, a indefinição sobre os comportamentos que os líderes deverão realizar para servir de modelo para a operação.

Estes comportamentos dos líderes são poucos, entretanto, precisam ser definidos e mantidos pela cadeia de comando na empresa. Este cascading é fundamental para o desenvolvimento da cultura.

A liderança imediata é a que mais poder possui para influenciar o comportamento seguro da equipe. Apesar de ser a mais pressionada no cumprimento das metas e gestão de recursos, nela reside a chave para a melhoria da performance.

Finalizando, mas não esgotando, neste período de transição econômica existem algumas práticas de liderança que sustentam a cultura, o desempenho e a equipe de trabalho que são fundamentais: estar presente na operação, identificando formas pessoais para auxiliar a equipe removendo barreiras e reforçando a operação segura, reconhecendo as boas realizações e contribuições, corrigindo comportamentos, comunicando expectativas.

Cultura e desempenho estão unidos. Não há uma cultura forte com baixo desempenho operacional e de segurança e sem líderes dedicados à segurança. Cultura é o que é feito quando você não está olhando.

Se quiser trocar idéias, fazer perguntas sobre o assunto tratado, fique a vontade em entrar em contato com o autor. Clique aqui para contato.

 

Por que é necessária uma abordagem baseada na Segurança Comportamental?

Comportamento seguro - operador vestindo capacete me colega de trabalho

A ação de melhoria da segurança pode ser dividida em pelo menos três áreas diferentes

 

A primeira, é o ambiente físico abordado pela Engenharia, que envolve: iluminação, piso, proteção nas máquinas, disponibilidade de EPI – Equipamento de Proteção Individual, etc.

A segunda, é um processo de trabalho seguro, abordado pelos Sistemas de Segurança, quer dizer, como fazer o trabalho de forma 100 % segura. Isto inclui treinamento e procedimentos. Ex.: vídeos sobre levantamento seguro de carga e procedimentos para travamento das fontes de energia caem nesta categoria.

Mesmo que as duas primeiras áreas estejam perfeitas (o que nunca ocorre), as empresas ainda terão acidentes. Por quê? Porque até mesmo quando o ambiente de trabalho é muito seguro, os procedimentos existem para abordar todos os possíveis riscos e todos estão com o treinamento em dia, as pessoas ainda se acidentam.

Ter o equipamento de proteção individual disponível e os procedimentos que dizem quando e como usar os equipamentos não oferece a garantia de que as pessoas usarão as proteções. As pessoas podem inutilizar uma proteção da máquina, realizar “atalhos” nos procedimentos e manterem-se no hábito dos comportamentos de risco.

Comportamento seguro - operador vestindo capacete me colega de trabalho

Para resolver este problema, nós devemos adicionar o foco no comportamento seguro (fazer certo as coisas certas) tais como usar as proteções,  travar as fontes de energia, etc. O BBS  foca em garantir que a pessoa faça a coisa certa no trabalho independentemente se eles são da operação ou se são gerentes ou executivos tomando decisões que afetarão a segurança de outros.

Há boas razões para focar os comportamentos seguros como parte de uma abordagem gerencial integrada para a segurança. O motivo é: um percentual significativo dos acidentes pode ser associado diretamente a comportamentos de risco (antigos atos inseguros), os quais ocorrem próximo do acidente. Por exemplo, um funcionário tem o olho atingido por um fragmento metálico ao usar o esmeril na oficina de manutenção, por não usar os óculos de segurança, e também por usar o esmeril sem a proteção de segurança deste e manusear a peça metálica sem a técnica adequada.

A parte superior do diagrama ao lado (chamo de Triângulo Reativo) demonstra que a redução gravidade dos incidentes é acompanhada pelo aumento da freqüência dos destes. O triângulo pode ser ampliado além da sua base para abranger os comportamentos de risco (atos inseguros) – o que nos apresenta as oportunidades para a modificação dos comportamentos de risco para seguro. Aqui eu lembro que o termo modificação não é adequando quando se busca a melhoria contínua, portanto passaremos a adotar o termo melhoria do comportamento, o que gera mais confiança, credibilidade e empowerment em todos os envolvidos no Processo de Segurança Comportamental.

 

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Carlos Massera
Coach em Comportamento Seguro, Liderança e Cultura de Segurança

Vencendo os Desafios ao Implantar a Segurança Comportamental

Implantando Segurança - líder e seus colaboradores em roda em frente de um lousa participando de treinamento

Olá, A sua empresa vai implantar a Segurança Comportamental? Ou já implantou e está com alguns problemas estruturais?

Uso neste texto a sigla BBS (Behavior Based Safety) para designar os conceitos mais avançados que existem em tecnologia comportamental para a prevenção de acidentes (Segurança Comportamental). Nem tudo que encontramos no mercado qualificado como “Segurança Comportamental” é, de fato, baseado em ciência, ou melhor, não é BBS.

É importante ter em mente a compreensão básica de que o BBS é um processo de parceria entre líderes e os funcionários operacionais, onde um cuida do outro ativamente, um dá apoio ao outro na realização segura, aumentando a atenção para os aspectos críticos de cada processo, aumentando o acerto e melhorando a performance.

 

Durante os 20 anos da M&M Tecnologia Comportamental de atuação em Comportamento Seguro,  tanto no setor industrial quanto de serviços, evidenciamos diversos problemas típicos que podem ocorrer por falta de uma  estrutura adequada e alinhamentos necessários na implantação do BBS, e se não forem bem abordados desde o início, a sustentabilidade e os resultados serão comprometidos.

Isso pode ocorrer especialmente quando as empresas tentam implantar o processo sozinhas ou por diversos fatores houve uma degradação estrutural, e sem conhecer os pilares da Engenharia Comportamental que sustentam a Tecnologia Comportamental vivenciam alguns desafios. O auxílio de um provedor de BBS experiente e com cases de sucesso, como a M&M Tecnologia comportamental,  pode diminuir o tempo e investimento para se alcançar resultados duradouros e contínuos.

Agora, retomando a apresentação de fatores, os aspectos problemáticos usuais são:

  • Pouco interesse da liderança no programa sugerido ou comprado.
  • Pequena participação da liderança.
  • Infraestrutura insuficiente para a gestão do programa.
  • Formulários de observação imprecisos.
  • Treinamentos deficitários que não geram a competência comportamental necessária.
  • Falta de metodologia de análise dos dados das observações, utilizados [F28] para a construção da melhoria contínua da segurança.
  • Planos de ação focados em condições de trabalho e não na melhoria do comportamento.
  • Pouco esforço e  falta de assertividade em apoiar o processo.
  • Feedback impróprio ou desvinculado ao programa.

Em nossas parcerias com os clientes, enfrentamos esses problemas inúmeras vezes, sendo que o gerenciamento desses aspectos sempre foi vital para o sucesso.  Desta forma identificamos 7 fatores vitais para o sucesso da iniciativa comportamental, que são:

  1. Gerar o Desejo (buy-in)
  2. Planejar bem.
  3. Treinar, educando os adultos.
  4. Educar bem as lideranças
  5. Ser preciso, elaborar formulários específicos
  6. Analisar e tratar os dados
  7. Comunicar, Comunicar, Comunicar.

 

Carlos Massera
Coach em Comportamento Seguro, Liderança e Cultura de Segurança

Aprimorando Lideranças com efetividade e sustentabilidade

líder em foco - lider usando uma lousa para passar informações\metas a seus colaboradores

 De acordo com o consultor da M&M Tecnologia Comportamental, José Luíz Fódra, no texto “Onde estão nossos líderes? “em um ambiente de alta demanda, grande exigência e poucos recursos disponíveis, geralmente, a equipe procura por uma liderança que a oriente e auxilie, mas, muitas vezes, acabamos não encontrando-a: “de repente você olha em volta e não encontra as lideranças… Onde estão os líderes? Correndo atrás de números e indicadores, elaborando relatórios, prestando conta para superiores, participando de reuniões gerenciais. E quem está acompanhando a operação? Temos encontrado equipes “abandonadas”, com líderes distantes ou mesmo ausentes.”, comentou no texto mencionado.

Estudos de campo demonstram que os líderes mais eficazes são aqueles que preparam e fornecem os recursos para a tarefa antes, acompanham a realização durante a execução e praticam uma política de consequências adequada, com ênfase para o “feedback” positivo, logo depois de seu acompanhamento. E não é difícil encontrar equipes em estruturas matriciais, que a cada turno ou processo respondem a um “chefe” diferente. Tudo muito moderno e competitivo, na prática perdendo o referencial e aprendendo a reagir conforme o perfil do “líder” da vez.

Portanto, pensando em evitar casos de desalinhamento em relação aos valores organizacionais e comportamentos requeridos, o caos em gestão do comportamento e adquirir lideranças mais eficazes, que no mês passado a M&M foi chamada pela empresa FMC Agricultural Products (Uberaba – MG) para que pudessem: formar novos observadores, melhorar a qualidade de seus líderes e apresentar os resultados de uma avaliação feita em cima de lideranças em segurança.

Ou seja, a FMC pretendia aprimorar o desempenho de suas lideranças, no sentido de torná-las mais efetivas e sustentáveis, tanto para a segurança quanto para o processo. Essa necessidade de mudanças e de uma orientação especializada, vinda da M&M Tecnologia Comportamental, surgiu baseada em comportamentos que serviram como alerta para a necessidade de fortalecer os vínculos entre líder e liderados, melhorando a comunicação e elevando o nível de confiança mútua, bem como de estimular e treinar esta liderança para proporcionar feedbacks eficazes e promover ações de reconhecimento para equipes.

Assim sendo, a M&M implantou um programa sustentável de “Liderança Efetiva”, aprimorando o desempenho dos líderes e gestores para que se atingissem os resultados desejados pela organização na gestão do comportamento seguro e do processo. Segundo o consultor Carlos Massera, “o comportamento humano no trabalho pode ser gerenciado a partir da gestão de variáveis “ambientais” que configuram tanto consequências positivas como negativas aos comportamentos das pessoas dentro da organização“, portanto, para uma equipe de trabalho, essa seria a fonte mais imediata e mais efetiva de liberação destas consequências é o seu gestor direto.

líder em foco - lider usando uma lousa para passar informações\metas a seus colaboradores

“A implantação desse processo é realizada em duas fases, nas quais estas três forças são trabalhadas e desenvolvidas, além de integradas ao ferramental para a gestão de comportamento.”, explicou Massera a respeito do trabalho que foi desenvolvido na FMC. E seguindo por esta linha, os consultores da M&M Tecnologia Comportamental realizaram na empresa de Uberaba uma completa Avaliação de Liderança.

Tal avaliação contou com workshops, acompanhamentos presenciais e via web; entrevistas padronizadas com funcionários (operacionais e staff); verificação da estrutura do programa comportamental existente identificando (a partir do ponto de vista da Tecnologia de Gestão de Desempenho / Behavior Based Safety); identificação dos aspectos positivos e das oportunidades. Além do mais, a M&M fez um levantamento do Perfil Comportamental de cada Líder, de um Relatório Global, de recomendações e de Plano de Ação Global para a empresa.

Para o funcionário da FMC Antônio Maurício Maeloso, o treinamento oferecido pelo consultor Massera foi extremamente produtivo, “ele nos trouxe experiências e possibilidades. Nos deu ferramentas para melhorar nossas lideranças e nos ajudou a perceber que, embora tenhamos visões diferentes, todos nós trabalhamos para um bem maior, vivemos em equipe e realmente queremos melhorar cada vez mais.”, revelou Maeloso.

Tanto para Massera quanto para Fódra, essa experiência com a FMC de Uberaba deixou evidente, mais uma vez, que a Presença do Líder junto à sua equipe é fundamental para a efetividade de uma liderança. “E esta presença deve ser estrategicamente planejada para garantir as orientações seguras e os recursos necessários, estar por perto nos momentos críticos da operação e fornecer o “feedback” eficaz e ao acompanhar a realização da tarefa, o líder tem a possibilidade de saber o “como” a tarefa foi realizada.”, complementou José Luíz Fódra.

E ainda segundo nossos consultores, muitos líderes cometem o erro, até pelo distanciamento, de reconhecer e premiar apenas resultados sem olhar para o processo. De um lado, correm o risco de reforçar e incentivar comportamentos de riscos e práticas inseguras utilizadas para se atingirem altos índices de produtividade. Por outro lado, deixam de reconhecer e reforçar esforços legítimos que, por motivos diversos, não se converteram nos resultados operacionais desejados. Este tipo de reação do líder leva muitas vezes à equipe ao sentimento de que não adianta se esforçar, porque ninguém vê. Portanto, a atitude da FMC de procurar uma orientação e um trabalho especializados para aprimorar as lideranças da empresa, tornando-as ainda mais efetivas e sustentáveis, foi madura e muito acertada, pois assim, foi possível melhorar a qualidade de vida e de produtividade, além de promover o comportamento seguro dentro da corporação.