A resposta pode ser a forma como você a mede.
A maioria das empresas dizem que a Segurança é a sua prioridade número um.
Depois de 20 anos realizando Avaliações da Maturidade da Cultura de Segurança, pode-se afirmar – Pergunte em qualquer organização, principalmente para quem é da área produtiva e você verá que nem todos os funcionários concordam. É frequente os gestores afirmarem que a “Segurança é # 1”, e os funcionários operacionais dizerem que a “Produção é o # 1”.
Trata-se de um problema de comunicação? Não no sentido típico. Muitas vezes os sinais, slogans, declarações e discursos comunicam muito claramente que a Segurança é o # 1. Infelizmente, as ações dos gestores matam a mensagem. Um escritor americano escreveu: “O que você faz fala tão alto, que eu não consigo ouvir o que você diz.”
O que aprendi…Os gestores não querem que os seus subordinados não se machuquem. E os funcionários não querem se acidentar..Se este desejo acaba por não se manifestar nas ações, é por que os gestores precisam de ajuda para liderar a Segurança efetivamente.
Há muitos comportamentos não intencionais dos gestores (não ouso dizer líderes) que “falam muito alto” sobre onde a Segurança está na lista de prioridades. Exemplos clássicos podem ser vistos repetidamente em quase todas as empresas:
- basta acompanhar o gestor na operação por um minuto ou dois;
- quinze minutos na produção em reuniões de start-up;
- medindo e fornecendo feedback diário sobre a Qualidade;
- enquanto a mesma atividade em Segurança ocorre uma vez por mês;
- elogiando e comemorando a boa produção, mesmo quando os funcionários usaram de atalhos na Segurança para alcançar as metas.
Em segurança, o importante não é apenas o que é feito e sim o como. É a falta de ação que cria um silêncio que naturalmente é preenchido por outras prioridades. Ocorrem anomalias operacionais e a Segurança não mencionada, não há o reforço (estímulo) suficiente para gerar o comportamento seguro. Nenhuma ação é realizada ou não é realizada de forma visível e rapidamente sobre um perigo que foi relatado.
O que os líderes fazem e não fazem dizem aos funcionários quais são as prioridades. O que os líderes dizem é muitas vezes ignorado se não apoiado pela ação. E este é um dos elementos essências da Liderança Efetiva em Segurança. Ser visível, ser coerente no discurso e na ação.
Então, por que os supervisores e gerentes que realmente se preocupam com a segurança se comportam de maneiras que contradizem seus valores?
Na maior parte das Avaliações de Liderança em Segurança verifica-se que a forma de medir a Segurança tem sido uma das causas raízes.
Na verdade, os indicadores de acidentes, coeficiente de frequência e de gravidade, tempo perdido e outros indicadores que assim como estes são reativos, são indicadores de segurança pobres.
Eles nunca vão lhe fornecer uma resposta adequada à pergunta – Como está a Segurança nesta empresa? Os funcionários estão seguros? O comportamento seguro é alto?
Muitos funcionários são protegidos por Deus e isto têm contribuído para o número d acidentes baixo.
Estes indicadores nos dizem quantas pessoas se machucaram e apresentam a gravidade, mas não nos dizem o quão bem uma empresa está fazendo a gestão na prevenção de acidentes. Ou quão bem os líderes estão liderando. O que a bem dizer. Forneceriam os verdadeiros indicadores proativos.
Uma das razões pelas quais eles são um indicador pobre para a prevenção é que esses números possuem, o que os estatísticos chamam de variação natural. Em outras palavras, é um fato estatístico que se o número anual de condições inseguras e comportamentos de risco forem mantidos constantes, uma organização experimentaria um número diferente de acidentes no primeiro semestre do ano em comparação com o segundo semestre (ou de um ano para o outro).
Assim, os coeficientes de acidentes podem melhorar ou piorar mesmo que não se faça nada para melhora as condições de segurança ou os comportamentos. O resultado é que organizações e os departamentos dentro das organizações, podem ficar por longos períodos de tempo sem acidentes, apesar de ter um ambiente de trabalho inseguro. Este fato estatístico trabalha contra o esforço de manter a Segurança como uma prioridade.
Gerentes e supervisores podem não fazer nada para a Segurança, por um período de tempo, e ser reforçado com número de acidentes ótimo (em outras palavras, se dar bem, sem fazer nada para isso).
O mesmo não ocorre para os objetivos empresariais, tais como: produtividade, produtividade, a qualidade, a confiabilidade, etc. Estes objetivos tendem a ter indicadores muito mais sensíveis e, consequentemente, as consequências são mais imediatas e direcionadoras para o comportamento dos gestores. No contexto desses outros objetivos citados (as suas conseqüências são poderosas), é fácil para o gerente ou o supervisor colocar a Segurança num compasso menor por um período de tempo. Quando o número de acidentes é baixo, erroneamente pode-se supor que tudo está bem com a Segurança e concentrar o seu tempo precioso em outras prioridades maiores.
Embora haja muitas etapas para se construir uma Cultura de Segurança Efetiva, onde a Segurança seja realmente um Valor (o que é melhor que ser somente uma prioridade), um primeiro passo é mudar a forma como a Segurança é medida.
O número de acidentes é uma métrica necessária, mas deve ser acompanhada de muitos outros indicadores. A maioria dos indicadores deve se concentrar em comportamentos proativos por parte de todos os empregados – indicadores que sejam capazes de rastrear o que as pessoas estão fazendo diariamente para evitar acidentes e promover a Segurança. Quando há indicadores do que os líderes fazem diária e semanalmente para promover a Segurança e evitar acidentes, a responsabilização ou o incentivo (consequências imediatas e certas) podem ser projetados para garantir que essas atividades aconteçam. Por exemplo, as empresas que têm um Processo de Segurança Comportamental (Behavior Based Safety) em vigor, pode ter indicadores de gestão que acompanham os comportamentos diários e semanais destinados a melhorar as condições e os comportamentos seguros. Veja se existe em sua empresa!
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