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Eu Estou Promovendo a Cultura de Segurança ou Compliance?
O que você fez recentemente para promover a cultura de segurança?
Pense bem sobre essa pergunta antes de responder. Será que você já tomou medidas para reforçar uma política de segurança que tem sido negligenciada? Será que você já realizou algumas observações de segurança e depois trabalhou para melhorar o próprio processo de observação? Será que você já engajou os seus trabalhadores em algum treinamento sobre as práticas seguras de trabalho, políticas e procedimentos?
Se você já fez algo semelhante às perguntas que acabei de fazer, então deixe-me sugerir que você pode estar fazendo um grande trabalho na promoção do compliance (aderência a regras), mas pode não estar promovendo a cultura de segurança. Isso não quer dizer o compliance em segurança se oponha à cultura de segurança. Na verdade, a cultura de segurança pressupõe que o cumprimento das normas de segurança já está firmemente instalado.
Uma forma de comunicar aos líderes de equipe e aos funcionários operacionais a relação entre a conformidade e a cultura é através da criação de uma analogia em torno de um objetivo comum de segurança que é abraçado por quase todas as organizações industriais que existe hoje. Ou seja, nosso objetivo é enviar todos para casa, todos os dias, seguros.
Nós ainda vamos produzir um vídeo sobre como amarrar a segurança como um valor fundamental a outros valores fundamentais que a sua empresa já possui. Antecipo que isso é feito facilmente, uma vez que reconhecemos o núcleo comum de valor entre as pessoas. Os trabalhadores, de todos os níveis organizacionais, tendem a adotar como valor as suas famílias, seus cônjuges, seus filhos, seus netos, seus amigos; numa palavra, as suas relações com as pessoas que amam, que os amam e que dependem deles para tomar as decisões certas todos os dias.
Vamos colocar isso em uma imagem. Imagine um caminho a pé que leva para casa. Seu objetivo diário é fazê-lo após um dia de trabalho, de forma a voltar para o mundo real das relações que você mais valoriza. Mas e se ao longo do caminho você encontrar um obstáculo que o impede de chegar lá com segurança? Vamos dizer que a estrada é inundada, e o caminho fica intransponível. Quais são as formas possíveis com que você poderia superar esse obstáculo para continuar para o destino?
Você poderia ter uma vara longa e saltar para o outro lado. O problema com isto é, você não sabe ao certo o quão profunda que a água está. E você não saberia até que você tenha o compromisso de realizar esta ação. Obviamente esta não e’ a melhor solução.
Ou você pode nadar até o outro lado, ou talvez usar um barco para ir ao outro lado, então salta na margem e continuar o caminho para casa. O problema aqui é todas estas ações são arriscadas. As margens estão com detritos e lama, você pode tropeçar ou se machucar enquanto nada, isso sem mencionar que a água parece bem difícil para nadar ou mesmo para controlar pequenos barcos.
Uma outra opção é colocar uma prancha em toda a extensão, unindo as duas margens, que lhe permite atravessar. O problema é que é arriscado andar sobre uma prancha. Você poderia facilmente escorregar e cair.
Então, vamos adicionar mais algumas tábuas. Este é um cenário mais seguro, e que pode ser capaz de atravessar este caminho; mas ainda há um problema com ele. Se as pranchas estão molhadas, ou uma forte rajada de vento deslocar as tábuas, você ainda pode escorregar ou perder o equilíbrio e cair.
Então, vamos adicionar algumas grades de proteção laterais e um corrimão. Será que isto vai funcionar? Sim, a infraestrutura está agora no lugar para que você possa atravessar com segurança e continuar o seu caminho em direção à sua casa.
Pense nesta ponte como o nosso cumprimento a um regulamento de segurança. O regulamento é colocado no lugar (muito parecido com a ponte) para criar uma condição de trabalho seguro, de modo que, em condições normais, se você cumprir o regulamento, pode ser razoável certeza de que não vai se machucar; e você pode continuar ao longo do caminho de casa para voltar para aqueles que você ama.
As normas se forem seguidas protegem você contra as novas condições. Mas há uma coisa que ele não pode proteger você. Ela não pode proteger você de você mesmo. Ela não pode proteger você de seus comportamentos. Ela não pode proteger você das decisões que você toma. A ponte (ou qualquer outro norma que se deseja ter o compliance) pode mantê-lo seguro, se você caminhar através dela. Mas não pode impedi-lo de pular sobre o rio e tentar atravessar de forma insegura. Assim, enquanto as normas ou requisitos são absolutamente essenciais para a criação de condições de segurança, eles são totalmente impotentes para impedir um trabalhador de se envolver em comportamentos de risco e de tomar decisões insensatas.
Ali, em poucas palavras, verificamos a relação entre o cumprimento de regras / compliance e cultura. E é por isso que o compliance nunca é suficiente. Compliance é a base, mas o nosso objetivo deve ser sempre de ir além do compliance em segurança, deve abranger a nossa maneira de pensar sobre a segurança, em nosso modo de conduzir a segurança e na nossa maneira de comunicar a segurança em nosso esforço para criar um verdadeira cultura de segurança baseada em valores.
Lembre-se que compliance = aderência as regras.
Isso é tudo para no momento. Até a próxima vez.